domingo, julho 31, 2011

É Vapt Vupt!

Se houvesse um limite de velocidade para a nossa vida,
eu já acumularia alguns pontos na carteira.
Como diria minha avó;
Rápido.
Rasteiro.
Correndo.
Pulando.
Fechando os olhos e se jogando,
de um degrau a outro.
Com medo de pequenas quedas,
alçando grandes vôos,
e desconfiando de médias distâncias.
Desejando um último sinal verde.
Os últimos minutos restantes.
Um ultimo sopro.
Me perguntei se conseguiria ir mais devagar.
Procurar um momento calmo.
Encontrar aquela brisa do final da tarde...
Não, eu não consigo.
A noite seguinte é que me intriga.
A próxima música que me anima.
O próximo copo que me derruba.
O novo beijo é o que me apaixona.
E a alvorada seguinte é a qual eu procuro.

quinta-feira, julho 07, 2011

Eumenino.

Esses dias encontrei comigo mesmo. Sentado, chupando bidú e esperando qual pipa iria cair primeiro...descalço, com uma camiseta antiga e um shorts que cabia 2 de mim! De cabelo despenteado, um bigodinho sem vergonha, sem vergonha pois só havia ele, porque a barba nem se quer tinha dado o ar da graça.
Fui andando em minha direção, com um olho em meu passado e outro na pipa, afinal, sabia que se eu desistisse dela, arrumaria outra coisa pra fazer e sairia logo daquele lugar... chegando ao meu eu, me cumprimentei, e perguntei: "E então muleque, tudo bem?" Como em uma entrevista rápida, eumenino respondi: "Bom, mano."
Pelo palavreado, caí na risada! Não tinha nem tamanho, e já queria impressionar; quase caí na tentação de contar-lhe um pouco do que viria em seguida na vida do meu eumenino; queria lhe falar que essas gírias um dia sairiam do seu vocabulário, que aquelas calças largas se estreitariam, que aquele moletom vermelho novinho, seria peça de recordação, e que aquele bigode...é aquele bigode ainda continuaria incomodando.
Logo após a risada, notei que sua cara não era de estranheza por se ver mais velho, mas porque não reconhecia quem estava falando com ele. Pela cabeça dele, eu era um estranho, com atitudes estranhas e feições estranhas...
Antes que eu indagasse qualquer coisa, eumenino saiu correndo encontrar o amigo, os dois saíram correndo, sem conversas profundas ou exibições de status, só com aquela alegria simples e pura, sem fardos, comparações ou preocupações.
Quando fui chama-lo, percebi que meu pai já tinha se encarregado da função, com um assovio e acenando com a mão para eumenino entrar...
Sentei na calçada da praça, ali ao lado do campo de bétis, e pensei nos fardos que a vida coloca em nossas costas durante a nossa trajetória, tentei encontrar aonde perdi aquele velho sorriso despreocupado...onde perdi aquele Rafael.
Sem me deixar pensar, ouvi aquele velho assovio, e o eumenino me dando um tapa na cabeça: "Ou, o pai falou que é pra você entrar também, mano". Perguntei, como havia me reconhecido agora, e ele disse que já me reconhecera antes, mas quis me fazer ver que o que muitas vezes eu tento ser não é verdade, que é dali que eu vim, e é aquilo, aquele muleque simples que eu sou!