sábado, outubro 15, 2011

A Verdadeira Essência.

De escritor acredito que tenho somente a escrita. Me peguei pensando cá com meus botões e reparei que outros requisitos básicos não se enquadram em meu perfil...
Talvez a escrita possa ser diferenciada, mas e a calça bege?! Não, essa não faz parte do meu vestuário e nem se quer consta numa futura lista de compras; lista essa que é corriqueira. Sim, consumista nato influenciado pela mídia e com pouco peso na  consciência.
Juntando tudo em uma frase, talvez consiga me redimir...mas e o óculos de grau?! Não, Deus sempre me proporcionou visão clara e precisa. Quem sabe um fundo de garrafa, só para compor o estilo?! Infelizmente meu senso do ridículo também não me permite o uso do mesmo.
Posso abrir o dicionário, escolher refinadas palavras, e podem até me chamar de visionário! Mas e o maço de cigarro amassado no bolso da bendita calça bege?! Não, esse mal nunca se fez presente em meu cotidiano. Mas e a bohemia?! Estomago de ferro, beber por horas e filosofar?! Não também...3 copos de Whisky já me fazem chorar (de rir e de tristeza).
Algumas boas indicações de músicas, meia dúzia de livros, e podem até me julgar diferente. Mas e o café?! Um escritor sem um copo de café, não pode ser um escritor! Pois é, cafeina não combina comigo, o cheiro da dita cuja já me entoja.
Momentos de reflexão podem me deslumbrar bons textos e quem sabe alguns elogios. Mas e o sonho pelo cenário caótico de uma metrópole?! Acordar com aquele céu nublado, com aquela garoa fina rasgando o vento?! Não...em meus sonhos existem finais de semana na praia, calor escaldante, um oceano abundante sorrindo pra mim.
Referências de grandes poetas conseguem me fazer transcender, fazendo assim com que as sílabas escorram de minha boca, e automaticamente que o interesse de terceiros se manifeste. Mas e o nerd que estuda, se dedica, e hoje em dia até se orgulha de ser nomeado assim?! E a nota dez nas avaliações das velhas e cansadas professoras?! Não, prefiro meus textos sem padrões, sem regras o tingindo de 'vermelho bic', sem deslumbramentos pelo lindo uso de uma pontuação correta.
Umas quatorze palavras podem formar uma frase inspiradora, incentivar a muitos e render alguns aplausos. Mas e a depressão?! As crises existenciais do cotidiano, o sentimento de rejeição carregado por toda uma vida?! Não, graças a Deus me me vigia e me guarda, nunca percorri sozinho minha história, minhas companhias sempre preencheram meus dias de luz, despertando sorrisos, choros, quedas e voos mais altos.
O coração na ponta do lápis me concede a dança mais esperada da noite, o momento em que sou livre, em que meus dedos tem vida própria, tanta vida quanto cada letra na velha folha. Mas e todas as características que citei anteriormente? Não, eu sou a essência de algo novo e sem modelos; não, eu não sou um escritor de verdade.

sábado, outubro 08, 2011

Até hoje foi assim.

Na minha história,
sonhei com o inesperado,
me apresentei em um tablado,
peguei pipa no telhado,
me julgaram de errado,
sempre busquei o verdadeiro significado.

Até hoje,
nunca desejei estar morto,
familiares já me chamaram de torto,
sempre odiei o morno,
andei de mãos dadas no orto,
já me senti um porco.

E por aí,
seguirei minha sina,
me arrebentando em alguma quina,
saindo com a inquilina,
atirando de carabina,
tomando estriquinina,
afinal...
É o amanhã que me fascina!