sexta-feira, outubro 04, 2013

Reconciliação

Que meu ego me conceda a palavra, mas devo admitir que me sinto deprimido de levar essa pacata, ausente e entranha rotina “artística”.
O cursor da ferramenta de escrita fica piscando, pulando como um filhote querendo conhecer a redondeza. E por lá fica, me encarando, indagando-me a cada pestanejada, questionando com a provocativa de que para escrever, basta... escrever.
Noites ouvindo trilhas aleatórias, dissecando um ou outro texto antigo, e a bendita não me dá as caras; pediu o divórcio a ingrata, me abandonou para encontrar outro mais competente, mais criativo, mais escritor.
Se pelo menos desse o ar da graça para buscar alguns de seus pertences, como uma ou outra frase, ou um esboço de meia dúzia de ideias; mas a danada não dá as caras a um bom tempo, e com isso estrofes são abortadas, frases não chegam ao ponto final e até as palavras, que culpa não tem de nada, são abandonadas pela metade.
Isso é deprimente, mas talvez seja promissor. Pois em filmes, autobiografias e derivados, essa reclamação sobre a falta da tal é corriqueira. A busca por ela talvez seja a força motriz que faça a todos que brincam com as palavras não desistirem.
Enfim, meu endereço continua o mesmo, não mudei de telefone, você tem a chave, fique a vontade quando quiser voltar, inspiração.