quinta-feira, dezembro 20, 2012

O presente dos Maias.


Sinto informar aos amigos, mas o mundo irá acabar dia 21. As previsões cronológicas, astrológicas e até meteorológicas não podem estar equivocadas, o fim está próximo.
Cansados de toda essa conversa fiada de vésperas, os Maias estabeleceram o fim de tudo; nada de ‘ano que vem’, nada de começar daqui a pouco, o que não fizemos não faremos nunca mais!
Civilização sábia e não hipócrita essa dos Maias, conscientes que não é a décima segunda badalada da última folha do calendário que vai transformar sua capacidade, sua força de vontade, sua fé ou até mesmo seu peso na balança, colocaram um ponto final e de quebra resolveram ditar o fim dos tempos!
Enfim caros amigos, nosso mundo acabará dia 21, levará tudo que tem de ruim e de bom embora; todos seus sentimentos bons e ruins serão apagados, suas mágoas, seus sorrisos, suas fotos antigas e até mesmo meus velhos rabiscos.
A boa notícia?
Dia 22, amanhecerá sorrindo para todos! Um novo mundo despertará se assim você desejar; novos anseios, novas conquistas, novos amores, tudo novo de novo! Ninguém carregará fardos de um mundo que já não existe mais; todos serão recém-nascidos em uma nova era.
Os Mais nos deram a oportunidade de antecipar nossas promessas, mentiras e esperanças para o próximo ano; o dia 21 é o novo réveillon! Aproveite meu caro, afinal acabou de ganhar um novo ano com 374 dias todo para você!


quinta-feira, outubro 04, 2012

O que me falta é o 2+2!

Se pararmos pra pensar, nossa vida, é uma monstruosa equação matemática; acrescentamos bem estar e uma pessoa, e estamos apaixonados ou em verdadeira amizade, acrescentamos ódio e uma atitude desviada e temos traição ou suspeita.
Em todas as equações, é necessário uma constante e também uma variável! E como o nome bem já disse, uma das duas serve para nos manter fixos em nossas razões.
O problema é esse! A tal da constante, ainda não me deu as caras... Já procurei por todas as partes, revirei histórias, virei fotografias de ponta cabeça, e nada me apareceu! Como um sarcasmo que não me é rotineiro, a expressão 'em constante variação' me vem a mente com a força da badalada de um sino!
Seria inútil tratar da minha vida nesse raciocínio; então em uma escala reduzida, deduzo que meus dias são rotineiramente variáveis; as constantes que se fazem presentes são minúsculas, como horário de almoço e a oração antes do sono, do resto, sou formado de variações cabíveis, discutíveis e não plausíveis; de berros a carência, de sorrisos a tortos olhares, de risadas a sermões! É o "dois mais dois" que não se encaixa em minha história, o tal do X que nunca se descobre na equação da minha vida.

Texto antigo, esquecido aqui nos rascunhos...

quarta-feira, agosto 08, 2012

A passagem de volta.

Reza a lenda que as mulheres são de Vênus e nós somos de Marte... tudo mentira. Os homens eram de Vênus até as mulheres os expulsarem! Ou então pelo fato, de os coitados terem entrado em pane geral com a toda aquela complexidade, que não conseguiam mais realizar as obrigações de cada dia, como falar besteiras, coçar o saco e olhar a bunda de outras Venusianas.
Se me dessem 1 segundo para defini-las, a palavra seria: Difícil.
Em um subconsciente em que “sim” é “não”, “talvez” é “não” e “não” é praticamente uma ameaça de morte, os homens ficam como fantoches formulando cada frase com temor de um fim trágico, ou seja, ela chorando.
O choro de uma mulher é quase como um gol roubado aos 47 minutos do segundo tempo; enquanto o pobre se prepara para comemorar a majestosa esquiva de uma discussão, ela olha no fundo dos seus olhos, pisca, pisca, pisca e a primeira (em certos casos, de muitas) lágrima escorre pela bochecha...
E pronto, toda a retaguarda vai abaixo, todos os discursos preparados, todas as respostas cabíveis são silenciadas e toda a esperança de um beijo de “boa noite” carinhoso vai embora de mansinho. 
Mas o problema maior é que no final das contas, os “poderosos” machos alfa sempre são enfeitiçados pela “fragilidade”, sempre procuram descobrir a dose certa entre o romântico e o cafajeste, a medida certa entre a vaidade e rusticidade, da seriedade com o dom de fazê-la rir; tudo para conseguir apenas uma coisa: Um amor para lhe fazer companhia na sua volta ao seu planeta de origem.

quarta-feira, junho 27, 2012

Reflexo.


Se todas as pessoas conhecessem o Behaviorismo, que entre tantas coisas, conclui que personalidade é moldada pelas nossas experiências de vida, o universo afetivo seria no mínimo menos doloroso.
Somos uma quadro em branco rasurado a cada instante pela vida, uma estrada com construções relâmpagos de atalhos e desvios do destino, uma infindável caixa de texto do Word sensível ao mais leve descontrole da rotina.
É perceptivo aos olhos de quem quer enxergar, ou infelizmente dos que são forçados a enxergar; a cada trejeito, risada ou SMS, é possível deslumbrar um passado de alegrias ou tristezas, insegurança ou saudosismo.
Não é algo que se escolhe, não se planeja agir de tal modo, simplesmente se age. Barreiras são construídas a partir da primeira palpitação do coração; inseguranças são impostas após um breve sorriso de canto; desprezo que salta aos olhos por um simples gesto em falso.
Na maioria das vezes, a atitude tomada hoje é contrária a que um dia já foi adotada e falhou.
O Behaviorismo é o calcanhar de Aquiles dos fortes; quem hoje pisa, acredite, um dia já foi pisado, quem hoje agrada, um dia já desagradou, e quem hoje teme, no passado já se entregou.

quarta-feira, maio 02, 2012

Hasteiem as bandeiras.

E lá estava a antiga bandeira tremulando outra vez no céu da capital, dando boas vindas a novos triunfos, exalando um passado de glórias, apontando o caminho para a vitória.
O grito enfim saiu da minha garganta, o grito de gol, o grito de alívio, o grito de felicidade pelas três cores! Naquele momento meu peito era tricolor, a minha alma se inflamava a cada hino da torcida e os olhos lacrimejavam a cada investida no ataque.
A bandeira estava mais vibrante do que o normal, parecia ter vida, parecia estar angustiada com o jogo que assistia; o manto se estendia sobre a multidão, tomava conta de todo o templo sagrado, era ostentado por homens e mulheres tricolores.
A chuva não era capaz de deter os onze guerreiros em campo, que se comportando como tais partiam ao ataque com sangue nos olhos e sede de vitória. A ponta da lança era um jovem goleador, esse justamente regido pelo jovem maestro camisa 7, que tinha respaldo pelo seu lado esquerdo de um lateral sobrevivente da velha tradição dos ‘pontas esquerdas’ desse nosso Brasil, que não se preocupava com as subidas pois sabia da carrancuda dupla de zagueiros que junto ao promissor camisa 1, guardavam a meta São Paulina.
Ao apito final, mesmo com a adversidade no placar e o fim de um sonho, a bandeira tricolor tremulou no Morumbi e dentro do meu coração, afinal depois de anos, consegui ver novamente o peso da camisa tricolor, a dedicação e a luta de cada um dos onze representantes de uma nação e pude novamente vestir o manto sagrado com orgulho e com uma certeza: As três cores estão de volta aos céus.

segunda-feira, abril 30, 2012

Culpa de um domingo chuvoso.


To cansado dessa terra fofa, na qual nenhuma bandeira se finca.
To cansado desse discurso inacabado.
To cansado desse morno que não me aquece.
To cansado dessa palestra sobre a importação de cactos mexicanos.
To cansado desses óculos me filmando com desaprovação.
To cansado de toda essa magnitude sem fundamento.
To cansado de toda afirmação sem propósito.
To cansado de toda essa reverencia sem nunca ter pisado no terreiro.
To cansado de toda essa partitura sem nunca ter arrepiado com o rebolo.
To cansado de todo esse estudo inútil.
To cansado desses livros velhos e obrigatórios.
To cansado dessas bandas suecas sem cor.
To cansado dos gritos comu/sócia/anaqui e o caralho a quatro.
To cansado dessa utopia cega.
To cansado desse relógio que marca 4:20 tão publicamente.
To cansado desse orgulho sem merecimento.
To cansado desses dreads sem raiz alguma.
To cansado desse nublado sem reação.
To cansado dessa ilusória vida virtual.


segunda-feira, abril 23, 2012

Seja o coiote!

Vá à vida com fome e sede, busque seus desejos, trilhe seus objetivos e conquiste suas vitórias; independentemente de quantas vezes caia do penhasco, acabe com a TNT nas mãos ou veja o 'The End' se aproximando.
Seja o coiote!

terça-feira, abril 10, 2012

Meus últimos 5 anos, em 73 frases.

- Pula o muro que eu levo sua bolsa.
- Você vai pra Portugal e vai brilhar!
- Não vai desmarcar nada, eu vou nem que for de barra forte.
- Corre que é traveco.
- Eu amo ela, mas eu amo a outra também.
- Só vai sair com ele, se você...
- Vamo desce pra Maresias de onibus?
- Eu quero servir, vou fazer TG.
- Rebenta que é penta!
- Você também tem play 2?!
- Eu vou descer a rampa pelado!
- Mano, eu não trouxe colchão.
- SAAAAAAAAAAAAAAAANTOS, SAAAAAAAAAAAAAANTOS!
- Fala seu Haroldo!
- Deu caimbra!
- Passei muleque, vou ficar no terceiro com você!
- Eu sou homem, e quero ser o primeiro a te falar isso.
- Vai ter pagode no Flamengo e nóis vai!
- Vamo de apé pro camping?
- Agora é a hora, a hora é essa!
- Mas aquele lápis é tão bonito, que quase dói.
- É Dan Lima e Rafael Sallati, pode adicionar!
- Eu nunca! Mentira...
- Mais duas doses e cala boca.
- Se me morde, vai tomar um soco!
- Ô amô!
- Gatinho, se não vai mostrar isso pra ninguém!
- Os goiano, vamo para com as gargaiada aí?
- Pra quem curte SBT!
- Não vomita aí, sua mãe acabou de limpar!
- Bate no toco!
- Porque eu moro perto da Iacanga!
- 18 chickens e 5 cheedars.
- Estacionamento, não eu não vou pagar.
- Cuidado na hora de mergulhar, a piscina não é funda.
- Fui correr de sunga e nike shox mesmo.
- Ou, se tá a cara da Dona Rose!
- Caneca? Vamo compra o abacaxi?
- Perdão mãe, prometo que nunca mais faço isso!
- Vamo tomar Cynar?
- Camargo, Camarguinho Camarguinho Camarguinho!
- 1 whisky e 1 Amarula, 200 reais.
- Véi, eu ví a barraca voar.
- Tempos de Outrora? Ah, para de viadagem!
- E se precisar apanhar de 10, pra te poupar de 1 soco, eu apanho.
- Eu recebi o conviiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiite, eu recebi o conviiiiiiiiiite...
- Grá, eu não gosto de você, é sério.
- Aeeee, feliz ano novo! mai cade a chandon?
- 3 mulheres, e eu to parecendo o cachorro vinagre.
- E se quiser voltar com ela, volte. Eu sempre te apoiarei!
- Break com Alzheimer.
- Alo gatinhos e gatinhas, todos juntos em uma grande revolução musical.
- Comigo é no giló!
- Véi, eu paguei tudo sozinho ontem? no débito?!
- Itaquaquecetuba do pau pequeno.
- Mas suco de açaí é horrível!
- Sábado eu vou maiar o Judas!
- O Marcelo Zoppi, está nos esperando.
- Vaai começar a putaaaaaaaaaria, vamo acorda negada!
- Por que você tá dando ré? Vish, olha o gorilão vindo aí!
- O lateral mochila!
- Ou, comprei o copo mas esqueci no Bobs.
- Lembra do Sambamigos? a gente chegou tarde e fez o regaço!
- Vamo mete o pé!
- uuuuuuuuuh didi!
- vamo reza?
- Ou, balança a privada aí.
- Eu vo namora!
- Por que você tá falando com sotaque de paulistano?
- O fael, acorda! Todo mundo já foi embora da chácara.
- Vamo trabalha na feira?
- Vou pular 7 ondas pra mim, e 7 pra você meu irmão.
- Até o fim, até o fim!

Parabéns ponza, que Deus te abençõe cada segundo da sua vida! Rezo todas as noites para que Ele sempre te dê saúde e paz, porque sei que o resto você consegue. Acho que nunca agradeci, mas de coração, OBRIGADO por correr ao meu lado! Te amo meu irmão.

terça-feira, março 27, 2012

Para te viver melhor.

Para viver melhor, guarde seu binóculo e pegue sua lupa! Chega de mesmices, longevidade e falatório! Pega uma mochila, joga umas roupas, um terço, papel higiênico, um sabonete e caí pra vida!
Chega de tantas filosofias, e lembranças e nostalgias, a vida ta passando agora, correndo numa velocidade que só nos damos conta no próximo sopro das velinhas! Para com toda essa hipocrisia, coloca um sorriso no rosto e vem sem feliz!
Acorda! Você é novo, deixe esse comportamento antiquado pra quando calçar as meias e os chinelos ao mesmo tempo! Acorde meu filho, enquanto você leva tudo no morno, estou me queimando, sarando e torrando de novo!
Vai! Seja homem, dê a cara a tapa, chame a responsabilidade! Honre seus ideais, chore pelos que correm ao seu lado, e cuspa na cara dos que um dia te usaram!
Já disse, guarde esse binóculo! A vida está passando bem na sua frente, o seu futuro está sendo construído agora; pegue aquela velha lupa que um dia já foi tão usada, e volte a viver a vida de perto! Se entregue ao desconhecido, crie novas historias, faça seu próximo capítulo, chega desse livro velho e empoeirado!
Faça o inesperado, entre de cabeça no furacão, arrume uma paixão à distancia, escreve meia dúzia de palavras, ouça um reggae com o pé no chão, beba como se a garrafa não tivesse fim, caia sem medo de se machucar, corra até seus músculos arderem e suas veias jorrarem ácido de bateria,  chore como se seu corpo não suportasse mais tantas lágrimas, sorria como se sua respiração dependesse daquilo, ore como se Deus estivesse segurando suas mãos todo o tempo!  Não viva como se o amanhã não existisse, mas sim como se o seu amanhã dependesse do agora!
A vida te abraça todos os dias, o mínimo que você deve fazer é retribuir esse afeto!

sábado, fevereiro 25, 2012

Incendeia-me!

Seja minha Helena, queime toda minha Troia, roube meu escudo e faça dele sua morada.
Enfeitiça-me com seus olhos, tome posse de todo meu desejo e faça de mim seu guardador.
Envolva-me com sua personalidade, jogue seus cabelos sobre meu peito e arranque meu fôlego com um beijo.
Cativa-me com teu perfume, passe sua mão em meu pescoço e acabe com a solidão de uma noite.
Deleita-me com suas palavras, arranhe minhas costas como se meu corpo fosse feito de cicatrizes.
Sequestra-me com suas mãos, desfile com sua malvadeza e exija todas as minhas súplicas.
Abraça-me com sua paixão, suspire calma enquanto dorme sobre minha proteção e me faça um homem feliz.
Acalma-me com seu amor, olhe fundo em meus olhos e faça me ama-la por toda uma vida.
Seja minha Helena, incendeie minha cidade, ouça meus pedidos anteriores e serei seu Aquiles.

ps: Esse texto não é direcionado a ninguém.

quarta-feira, fevereiro 08, 2012

Esquecimentos, desabafos e uma nova estrada no horizonte.

Te ensinam a dobrar a camisa de forma compacta, a encaixar as meias em lugares estratégicos, definem quantas calças levar para uma viagem de 16 dias e até a postura que você deve ostentar ao carregar sua bagagem.
Bagagem.
Nesse último quilômetro, foram muitas malas que carreguei...Algumas me renderam muitas alegrias e outras muitas dores nas costas. Por sorte, meus acompanhantes me ajudaram em grande parte desse trajeto!
Deus, carregue minhas mágoas?! Estas já estão mordendo meu coração e me causando uma ferrenha dor na lombar! Por favor, não deixe nada cair no caminho, afinal o Senhor sabe que ninguém merece tropeçar e vivenciar alguma de minhas lamentações.
Família, leve meus fantasmas, sim?! Cuidado com eles, mesmo distantes gritam injúrias aos sete ventos, atormentando qualquer subconsciente tranquilo. Cuidado para não esquecer nenhum, afinal não queremos proporcionar a companhia desses espectros falidos de vida à uma pessoa de bem.
Amigos, meus caros! Se encarregam de meus inimigos?! Com estes não é preciso muito apreço, uma batida aqui, outra ali, não fará grandes estragos nas caras hipócritas, nem muito menos nas consciências manipuladas. Só peço um singelo zelo, para que todos permaneçam reunidos, afinal não seria má ideia triunfar diante de uma platéia.
Pelas minhas contas, sobraram as valiosas miúdezas da vida; minha fé, meu amor, minha hombridade, minha coragem...minha lealdade. Me encarrego de levar esta; apesar de me deparar com com alguns que perderam essa mala pelo caminho da vida e ainda se orgulham disso, faço questão de mante-la comigo para onde for, afinal, não quero um dia ser confundido com um hipócrita, moleque ou crápula que sempre andam paralelos a minha rodovia.
Enfim, camisas dobradas milimetricamente, meias encaixadas, calças contabilizadas, postura correta e miúdezas em mão, é hora de partir Rafael.
As 3 primeiras malas?
Deixo-as nesse último quilômetro, nessa vigésima primeira rota, dispenso fardos desnecessários; talvez um dia volte para busca-las, mas não agora...não nessa estrada.

terça-feira, janeiro 10, 2012

Debaixo da lona - Continuação

Luca: Acredita em paraíso Miguel?
Miguel: oi?
Luca: Perguntei se você acredita, vida após a morte...essas coisas.
Miguel: Acredito! Uma vez em Vicenza, uma senhora católica me hospedou; todo dia quando o relógio marcava 17:00 horas, ela acendia uma vela pra São Pio de Pietrelcina. Era sempre a mesma coisa, acendia a vela, rezava o terço, guardava as coisas e colocava a mesa para o jantar; era viúva a pobre senhora, marido tinha morrido na guerra...
Luca: Rapaz, o que que isso tem a ver?
Miguel: Ô tonto, estou fazendo uma introdução da história! Posso continuar?
Luca: Continua, mas para de enfeitar!
Miguel: Continuando, o esposo morreu na guerra, mas todo dia ela o citava em suas orações, dizia que já estava cansada de esperar, que não via a hora de ver aqueles velhos olhos azuis novamente; chegava muitas vezes a desejar o último sopro, só para encontrar com o siciliano de sua vida.
Luca: É a idade né?! As pessoas mais velhas não pensam muito bem.
Miguel: Ô Luca, você está de brincadeira comigo?! Não entendeu nada o que eu disse né?!
Luca: Além de atirador de facas, você é filósofo então?! Explica aí então, Aristóteles!
Miguel: Não é a toa que é o palhaço...
Luca: Que?
Miguel: Nada, estou brincando! Não vai ficar nervosinho!
Luca: ta...tá. Mas explica aí...
Miguel: Luca, pensa comigo; céu, paraíso ou seja lá como as pessoas denominam, deixou de ser uma utopia, para ser uma meta para a Senhora Andrea. Ela fazia planos de quando encontraria seu falecido, ela vivia isso; se uma pessoa acredita tão piamente em uma coisa, ela acaba se tornando verdadeira. Pode não existir nuvens ou jardins frutíferos, mas com certeza os olhos azuis a acompanharam para o resto da eternidade.

E assim, com a longínqua explicação de seu escudeiro, Luca pode deslumbrar seu pai, no mais belo de todos os circos, com anjos de platéia, gargalhando a cada palhaçada, e ganhando um sorriso sincero de Jesus, que sentado no colo da Virgem assiste ao maior espetáculo da terra, e agora aparentemente do céu também.

(mesmo esquema).