quarta-feira, fevereiro 25, 2015

Perdi.

Perdi.
E antes que fechasse a porta
perdi de novo:
A mulher 
e a chance
de pedir pra ficar.
O cigarro na mão,
a mão sobre a mesa bege da cozinha,
inerte,
quase como um suicida
no parapeito do Copacabana.
A ultima que coisa que vi
foram os cabelos,
negros,
passando pela porta.
A mala verde antiga
fazia com que se curvasse.
por isso seu rosto não vi...
E também por não merecer ver.
Perdi.
E quando vi,
estava sozinho
na cozinha;
em companhia da geladeira azul,
imóvel e gelado como a tal.
Fiquei singular
em uma rotina plural;
busquei o isolamento
e antes que me desse conta
a solidão entrou em minha casa,
aproveitando justamente a porta aberta
que ela deixara
da despedida.
Perdi.
O que achei que pra sempre
estaria ali.
E por acreditar nisso,
Carinho não esbanjei,
Conversas,
não prolonguei,
Sua rotina,
não questionei...
E assim levei,
morno e insosso.
Perdi.
O fio da meada,
a última estrofe
o caminho pra casa
Perdi uma parte de mim
que não sabia que tinha.