Como pudera tamanha insolência, pensar que da vida decidimos
tudo. Tão volátil como água, ela vai se escorrendo pelos minutos de nosso dia a
dia; deixando a límpida impressão de controle em nossas mãos e nos tirando pra
dançar uma valsa caótica por vez.
Da vida quem sabe é ela, a própria! E Deus. Porém Ele nos
conhece, sabe qual será a próxima folha a cair e qual o próximo amor que quase nos
levará ao suicídio. Então, como um avô, não nos protege de tudo, mas sussurra nos
ouvidos da vida: “Deixe que caia, no final eu sei que ele vai se levantar e
cair de novo”.
O que sabemos da vida é o quanto sabemos de nós mesmos,
boiando como um iceberg de felicidades visíveis e lamentações submersas.
Exaltamos maturidade, mas não nos damos ao luxo de nos auto criticar; seria engraçado,
se não fosse hipócrita.
Entretanto nos foi dada a
dádiva, façamos bom uso, vivamos nossos sonhos, e se no final as coisas não saírem
do jeito que sonhamos, não nos esqueçamos; essa é a vida, ditando sempre as
regras do jogo.