quarta-feira, julho 01, 2015

Matheus e Julia - Manhã de domingo.

Quer conhecer o casal antes de ler? Clica aí!


Virou para o lado e não sentiu Julia na cama.
Já estava sem sono, era domingo e ainda estava no começo do dia.
Matheus chegou na sala, e ela estava em frente a sacada, nua, olhando a cidade amanhecendo. O corpo de Julia não satisfazia os padrões impostos, era magrinha... comia muito, mas era magra. Ele a achava maravilhosa.
Eles estavam a tempos muito bem, amando um ao outro em sua totalidade, fazendo assim  com que o sexo fosse sempre despertado com facilidade.
Matheus veio devagar, fazendo com que Julia o ouvisse e a abraçou por traz, os dois nus, com os corpos se tocando enquanto lá no risco do horizonte o sol vinha nascendo, assim como a vontade dentro de cada um deles.
Sutil na hora do sexo, ela tirou seus cabelos para o lado, deixando seu pescoço para ser devorado. Ao primeiro beijo, sentiu aquela sensação corriqueira do desejo se manifestando e enfraquecendo suas pernas.
As mãos de Matheus desbravavam o corpo de Julia, descendo até sentir sua excitação, puxando seu cabelo, enquanto via suas costas se envergarem, o querendo.
Foram ao chão, e antes do ato, Julia deitada se contorcia com os beijos de Matheus na parte de dentro de suas coxas. Sentia espasmos, puxava seu cabelo e o guiava, estremecendo a cada vez que ele a mordia. De leve, fazendo da mordida, caricia.
Ali no chão se amaram, na plenitude da palavra. Saciaram seus desejos sexuais, de forma simples, pura e totalmente sem vergonha.
Por ali mesmo ficaram, dormiram no tapete, nus, com o sol nascendo na sacada.
Afinal, era domingo, e ainda era o começo do dia...
O começo deles...

quinta-feira, junho 11, 2015

Matheus e Julia - Quarta-feira 07:36

Quer conhecer o casal antes de ler? Clica aí!


...
O leite havia acabado e Julia deixou o canecão vazio na geladeira.
Deixou a toalha pendurada na porta do guarda roupas, estava atrasada para ir trabalhar... entrava as 7h, Matheus só as 8h.
Ele gostava de espia-la se trocando. Entre as frestas dos olhos, camuflado nas cobertas.
Gostava de vê-la natural, só de calcinha shortinho, preta, simples; andando apressada entre o quarto e o banheiro. Olhando no celular, procurando a sapatilha, com a toalha enrolada na cabeça.
Matheus tinha uma fascinação pela rotina com Julia.
Pela pele sem maquiagem.
Era apaixonado pelo primeiro beijo do dia. Bom dia!
Acordava muitas vezes com as perguntas de Julia; ela tinha o dom de esconder tudo que colocava as mãos, nem a própria entendia como era possível. Era de praxe colocar a bolsa do em cima da cabeça coberta de Matheus, e pedir com um carinho nem tão carinhoso, que ele achasse a chave do carro.
Enquanto isso, ela se dividia entre secar o cabelo e responder as mensagens do whatsapp.
Ele era bom de encontrar as coisas.
Mesmo quando ela se perdia, ele sempre a achava.
Julia gostava disso em Matheus.
Se sentia segura.

Pra ela, ele era mais que ancora,
era ancoradouro.

quarta-feira, junho 03, 2015

Matheus e Julia - Quinta-feira 22h47.

A noite não era das melhores, haviam discutido um pouco antes das 21h.
Na sacada fria via a cidade de cima, as luzes dos carros desaparecendo na rotina caótica da cidade apressada. Fumava devagar, tragava como se beijasse Julia. Sabia que esse era o único beijo que teria por um tempo.
Fumava e pensava que a maconha havia acabado, e aquele era seu ultimo baseado.
Isso o deixava ainda mais irritado com aquela noite, mesmo sabendo que a mesma não tinha nada com isso, afinal, fora ele quem complicou o entardecer.
Decidiu descer, pegar a bicicleta e ir repor seu estoque.
Decidiu desistir dessa ideia.
Estava frio, a bicicleta estava com o pneu murcho... e principalmente, sabia que Julia não fumaria com ele.
Ficou ali na sacada, olhando as rotinas passarem por sua retina, todas com historias que jamais serão contadas. Ali, no anonimato, junto às estrelas e ao mini-cacto que compunha a decoração da sacada.
Coisa de Julia o cacto, gostava de plantas. Tinha preguiça de cuidar delas. O cacto mesmo, coitado, seco e cansado, não via agua há umas duas semanas.
Matheus não mais lembrava sobre o que tinha sido a briga, só lembra que disse coisas que não queria.
Ele é assim, impulso.
Enquanto isso, Julia já esta no quarto assistindo televisão.
Hoje não terá beijo de boa noite, muito menos um baseado antes de dormir.

A lágrima que escorria no rosto dela, doía no peito dele.

quarta-feira, fevereiro 25, 2015

Perdi.

Perdi.
E antes que fechasse a porta
perdi de novo:
A mulher 
e a chance
de pedir pra ficar.
O cigarro na mão,
a mão sobre a mesa bege da cozinha,
inerte,
quase como um suicida
no parapeito do Copacabana.
A ultima que coisa que vi
foram os cabelos,
negros,
passando pela porta.
A mala verde antiga
fazia com que se curvasse.
por isso seu rosto não vi...
E também por não merecer ver.
Perdi.
E quando vi,
estava sozinho
na cozinha;
em companhia da geladeira azul,
imóvel e gelado como a tal.
Fiquei singular
em uma rotina plural;
busquei o isolamento
e antes que me desse conta
a solidão entrou em minha casa,
aproveitando justamente a porta aberta
que ela deixara
da despedida.
Perdi.
O que achei que pra sempre
estaria ali.
E por acreditar nisso,
Carinho não esbanjei,
Conversas,
não prolonguei,
Sua rotina,
não questionei...
E assim levei,
morno e insosso.
Perdi.
O fio da meada,
a última estrofe
o caminho pra casa
Perdi uma parte de mim
que não sabia que tinha.

segunda-feira, janeiro 19, 2015

Julia e Matheus - Ressaca Compartilhada.

O roteiro era sempre o mesmo, nos finais de semana Matheus fazia peregrinação pelos bares da cidade, Julia era escudeira fiel... Não largava a mão do namorado, muito menos o copo.
Ele definitivamente bebia mais que ela, e isso a incomodava. Para Matheus ficar bêbado nos finais de semana não era algo errado, ou imoral... Para ele o álcool era apenas sedativo para aliviar a dor da ultima porrada da vida.
Julia nunca foi do tipo delicada... A exceção era na tpm, que chorava assistindo comerciais de televisão e logo após ligava para Matheus querendo saber se ele estava feliz com o namoro e tudo mais, tudo muito dramático, tudo muito “não-Julia”.
Algumas vezes ela encasquetava que beberia mais que ele... aí em vez de um caído, eram dois nas calçadas. Matheus ficava nervoso, porém quando via Julia rindo e tropeçando não segurava o riso e esquecia qualquer incomodo.
Nessas noites o sexo era adiado, é claro, por conta de Matheus, que não conseguia dar mais de dois beijos com os olhos fechados.
Tudo rodava, e no final, ele rodava; afinal, quando Julia quer... Julia consegue.
O dia seguinte era de cumplicidade, eles revezavam em quem buscaria o próximo copo d'água, traziam remédios, e foi perdida a conta de quantas vezes Matheus segurou o cabelo de Julia para ela colocar pra fora os resquícios da noite anterior.
Eles eram assim, como dois adolescentes disputando quem chegaria primeiro ao final do copo.
Irresponsáveis ao ponto de "morrerem" separados na loucura de uma noite, para renascerem juntos na calmaria de uma vida.

terça-feira, janeiro 13, 2015

Matheus e Julia.

Matheus puxava a toalha enquanto almoçava, não era proposital, seus cotovelos cresceram entendendo que em cima da mesa era o lugar certo de se estar.
Julia não tinha cabeça para nada. Sua fatura era sua maneira de viver perigosamente; não era simpática com desconhecidos. Gostava de tatuagens, odiava agulhas; vivia em constante paradoxo. Em sua playlist tocava Ray, Originais do samba, Raul, Ponto de equilíbrio e funk. Ela sabia que não era normal, às vezes até pensava sobre isso, e ao final, gostava. Era a descabeçada da família, e apesar de tudo não se conformava com Matheus puxando sua toalha no café da manhã.
Matheus dormia mais que Julia, mesmo ela dormindo muito. Ele era meio preguiçoso, às vezes fingia o sono para não ter que fazer o café. Era um rapaz bem apessoado, na maior parte do tempo era cafajeste... perto dela era carinhoso e idiota.
Ele geralmente chegava na cozinha e encontrava Julia de costas, descalça e com uma camiseta sua.
Julia tinha o dom de sempre escolher as camisetas preferidas de Matheus para dormir.
Isso já rendeu brigas, mas nada pode ser feito, ela gostava de dormir assim, e ele gostava de vê-la dormir.
Julia obrigava Matheus a te acompanhar na feira todos os sábados. Geralmente não compravam mais que três tomates, algumas batatas, chupavam umas uvas... Compravam um pastel, Julia só gostava da massa, e Matheus não reclamava de comer o recheio. A feira era rotina, e eles gostavam disso, faziam se sentir casados, apesar de serem apenas namorados e ele só dormir na casa dela de quinta a domingo.
Brigavam uma vez por semana, parecia que eles deixavam anotado no calendário, pra não correr o risco de esquecerem. Por tudo e por nada, o refrigerante comprado, a curtida na foto, a troca de canal, a camiseta que do Matheus que Julia dormiu noite passada e o roubo da toalha devido aos cotovelos na mesa de Matheus.
Não tinham nada de mais, nem de menos.
Sem declarações, eles se amavam no bom dia, no selinho demorado antes de ir trabalhar, na brincadeira assistindo televisão...
Não acreditavam em para sempre. Acreditavam no agora, acreditavam neles.
Afinal os dois não nasceram pra ficar juntos...
Mas por sorte,
não avisaram isso a eles.

terça-feira, janeiro 06, 2015

Um Sorriso, Um Tombo.

O problema é o sorriso!
As outras partes também me atrapalham,
mas o sorriso...
Esse, meu amigo,
me derruba.
Pra piorar,
ela faz algo estranho,
não sei explicar o que é...
Se não bastasse a boca,
seus olhos sorriem também.
Por sua causa,
talvez,
tenha entendido Machado:
“Olhos de ressaca? Vá, de ressaca.”
Afinal,
ali,
o sorriso vem de dentro
e arrebata.
Como o mar,
que puxa,
suga,
e te inunda
de calma.
De alma.
Um piscar
e pronto,
é dela.
Fico pensando comigo,
que esses atributos
talvez,
não sejam um problema constante;
Talvez sejam problemáticos
apenas quando cruzam comigo...
Porque aí,
meu amigo,
é chão.
E de lá não saio cedo,
não por não conseguir,
mas por não querer levantar.
Não querer acordar.
Só querer
olhar
e sorrir.